segunda-feira, 25 de abril de 2011

Resenha Crítica: “Narradores de Javé”

Narradores de Javé é um filme brasileiro, produzido pela diretora Eliane Caffé, em 2003, que conta à história de um povoado que vive na cidade de Javé, um local esquecido, que esta preste a ser inundado por uma hidroelétrica. A única solução para que isso não aconteça é a escrita de um livro científico, registrando as historias dos moradores desse povoado, para que consiga transformar a cidade em um patrimônio histórico e assim salvá-la da inundação.

Uma dificuldade muito grande que os moradores passaram para construir o livro foi o analfabetismo, apenas um morador sabia ler e escrever, Antônio Biá, o carteiro da cidade, que já havia sido expulso por espalhar fofocas sobre os moradores. E como uma forma de se redimir com a população, ele foi encarregado de escrever o livro. O analfabetismo é um problema muito sério vivido por muitos cidadãos brasileiros, principalmente os sertanejos, por não terem condições de ter uma boa educação. Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, mais de 14 milhões de brasileiros não sabem ler nem escrever.

Houve um grande confronto na escrita do livro, pois no momento em que foram juntar as histórias, houve muitas divergências de pensamentos, varias versões foram citadas. Toda a população contribuiu com suas lembranças, com suas memórias. A memória é um fato muito importante para a composição de uma história, pois da memória se tem os registros orais, que são os causos contados pelas pessoas. Que ajudaram na escrita do livro. “contar casos faz parte da condição humana. É o que fazem nossos historiadores” conta a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz.

A população tentou salvar o presente, reconstruindo o passado, tentou salvar a cidade e sua cultura da inundação, mas como Antônio biá, era um grande mentiroso e adorava aumentar as histórias contadas pelos moradores, o livro não conseguiu ficar pronto, deixando a população ainda mais irritada com o carteiro. Outro motivo muito forte para não ter concluído o livro, foi à divergência de pensamentos, pois cada um dizia uma coisa diferente, e não se sabe se essas histórias eram verdadeiras  ou não, sendo difícil passar da fala para a escrita. Segundo a secretaria da cultura, a preservação cultural não se restringe apenas a monumentos com valor histórico, mas também àqueles valores configurados por particularidades regionais e geográficas, como os ambientes urbanos e rurais, como os modos de vida, as expressões de arte popular, os saberes e fazeres, os símbolos e mitos, como maneira de reforço de nossa identidade cultural. A preservação da cultura é algo muito importante, pois é a nossa cultura que forma as nossas histórias, que nos faz ficar reconhecidos na sociedade, já que estamos sendo tomados pela globalização e sendo alienados diariamente, por todos os lados.

Com o fracasso dos moradores na construção do livro, a hidroelétrica foi construída, fazendo com que os moradores fossem despejados e a cidade de Javé fosse destruída, já que os moradores não tinham condições e não existia outra maneira de impedir a inundação.  A cultura e as memórias do povoado foram levadas pelo “mar” que o sertão virou.

Componentes: Silvia Meireles, Camila Diniz, Bárbara Kerr, Kelly Morais e Manuela Nascimento
Turma: D

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