Uma crítica à fonte oral e a importância da fonte escrita
(Direção Eliane Caffé, 2004, Brasil.)

Javé é um povoado que está a beira de ser inundado por causa da construção de uma hidrelétrica, que representa os avanços da sociedade branca, industrial. Os moradores de Javé,preocupados com suas residências, resolvem escrever um livro com o propósito de transformar o local em um patrimônio histórico e elevar sua importância.
O único adulto alfabetizado, Antonio Biá (José Dumont), homem polêmico, fofoqueiro e intrometido, foi indicado por Zaqueu (Nelson Xavier), um senhor sábio e consciente, para ser o responsável pela elaboração do “Livro da Salvação”.
Nesse livro foram registradas histórias da cidade retiradas das memórias dos habitantes mais velhos. Quando as entrevistas se iniciaram, ficou claro a divergência entre os relatos de fonte oral, pois puderam ser facilmente manipuladas. ”Uma coisa é fato acontecido, outra é fato escrito”- disse Biá. As pessoas queriam passar os relatos da população da linguagem oral para a escrita e assim garantir um documento sólido e cientifico. No entanto as histórias são contadas em versões diferentes, visto que aqueles que participaram da confecção do livro sempre queriam colocar seus ancestrais como heróis da época em que o povoado foi criado.
Gargalhadas espontâneas é o que o filme consegue provocar em seu telespectador. É impressionante como a obra diverte e ao mesmo tempo chama a atenção para problemas sociais como o analfabetismo, a falta de assistência do governo em locais isolados e esquecidos, a prevalência dos interesses da elite que se aproveita da ignorância e condições sociais dos moradores de javé e entre outros. O cinema brasileiro tem melhorado cada vez mais em sua qualidade e conteúdo. Pode-se dizer que esse filme está entre uma das melhores obras fílmicas que o Brasil já teve.
Bruno Avena, Gabriel Braga, Ian Francis, Marcos Cal e Vitor Portela
Turma : A
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