segunda-feira, 25 de abril de 2011

Resenha crítica - Filme "Narradores de Javé"

Vivemos numa sociedade, e num mundo, onde somos, numa maioria, criados de forma que consideramos a leitura e o que se lê como prioridade e verdade absoluta. A leitura é de fato um elemento que nos causa uma reação um tanto quanto automatizada, de acreditar veemente no que está escrito, acreditar que um fato realmente procedeu daquela forma, ou que a ciência explica tudo. Mas será que um fato, quando escrito, só tem valor a partir do momento em que os relatos são investigados e selecionados para então serem registrados? Aquilo que é escrito, obrigatoriamente um dia não era escrito, era um conjunto de relatos,  “pistas”, para aqueles que consideram que a história que passa de boca em boca não deve ser levada a sério, ou não pode ser considerada verdade, ainda que tenha uma referência cultural, histórica, ou até sagrada.
Percebemos ao assistir o filme “Narradores de Javé”, da direção de Eliane Caffé, que até nas menores cidades, tão pouco conhecidas pelo mundo, há muita história, ainda que não esteja em livros, e que não tenham “provas” para que todos acreditem que se trata de algo que realmente aconteceu. Mas devemos entender que as mesmas desconfianças e questionamentos que temos (muitas vezes preconceituosos, em relação à fonte oral), devemos ter em relação à fonte escrita, afinal, não se pode concluir que um fato é verídico, apenas pelo fato de ser escrito. No escrito podem haver, sim, distorções e mudanças.
Durante o filme, a relação entre fonte oral e fonte escrita é mostrada no processo de recolhimento dos relatos dos moradores de Javé sobre o povoado, e a exigência de cada um desses narradores de que a sua história seja escrita rigorosamente, mas de acordo com o que cada um considera “verdade”. Mas os relatos foram analisados e transformaram-se em fonte escrita, servindo de patrimônio para o povoado.
Na fonte escrita, não é diferente, já que não podemos ter certeza  se aquilo que se concluiu como produto final e comprovado, é verdade. Ou seja, podemos afirmar que não há uma verdade absoluta, pois vão sempre existir muitos argumentos para diferentes posições, verdades diferentes, sempre havendo alguém que não estará de acordo com o que foi dito, ou escrito, e possivelmente o que é selecionado para ser tratado como o certo, como o verdadeiro, talvez não o seja, provando que também há espaço para que a fonte oral tenha sua veracidade.
A Bíblia é um exemplo da relação entre as fontes oral e escrita, e em como as pessoas podem julgaeesses fatos verdade ou não. Já que as fatos apresentados pela bíblia são relatos e não sabemos até hoje se ocorreram realmente.
         Clara Atticiati Freire
         Clarice Araújo Carvalho
         Stephanie Sales      
         Luana Radiguet Drubi
Luiza Lima Zehnle
Nathália Araújo
TURMA : A

Um comentário:

  1. Os fatos Bíblicos ocorreram realmente ou você acha que o Judaísmo é só história pra boi dormir?
    é muito bem possível comparar muitos fatos em documentos históricos e que também se encontram relatados na Bíblia, e, se você lê-la irá perceber por si só a diferença do que é relato e do que é metáfora, parábola e profecia.

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