segunda-feira, 25 de abril de 2011

Resenha crítica de “Narradores de Javé”.

Narradores de Javé um drama brasileiro produzido em 2003 e dirigido por Eliane Caffé retrata a realidade de um vilarejo nordestino ameaçado de ser inundado pela construção de uma barragem. O roteiro do filme se concentra na possível solução que evitaria a destruição do local: transformar Javé em patrimônio histórico. Para justificar tal objetivo a população teria que construir a história do povoado, enfatizando suas origens heróicas. Como não existiam fontes escritas sobre a fundação da vila, recorreram á memória de seus moradores, a oralidade passa a ser o veiculo para a construção da história.
 A questão central apresentada são as versões aparentemente diferentes das narrativas orais. Cada narrador contava sua história a partir de uma perspectiva pessoal, gerando versões com tendências a enfatizar personagens masculinos, femininos ou negros de acordo com a realidade do orador. No primeiro momento, percebe-se uma posição relativista no filme quando trata a verdade como algo marcado pelos interesses dos narradores. No entanto, existem elementos em comum nas oralidades tais como: o líder Indalécio, fundador de javé, a migração de um povo que originou a vila e a causa da mesma referida á invasão dos portugueses em suas antigas terras por conter ouro.
 Sendo assim, a oralidade como fonte histórica necessita fazer dois procedimentos: primeiramente deve utilizar vários depoimentos orais para, em seguida, extrair deles o que existe em comum. Neste caso a memória é apresentada como fonte alternativa de documentação para a construção da história em realidade na qual não exista a escrita. Ao mesmo tempo, o filme coloca a necessidade de transformar a oralidade em escrita através do personagem central Antônio Biá. Nesse sentido, a escrita e a oralidade são dependentes.
 O que se pode observar na relação entre fonte oral e escrita no filme “Narradores de Javé” por um lado é a riqueza de informações contidas na memória, por outro lado essa riqueza pode ser esquecida ou modificada, por isso a necessidade de dar uma base escrita a oralidade. A escrita torna permanente a memória.

- Thiago Moraes
- Felipe Borges
- Lucas Daniel
- Lucas Vital
- Mauricio Malheiros
TURMA : A

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